Dermo News
Repelentes para crianças
As doenças transmissíveis por insetos acometem milhões de pessoas em todo o mundo, causando milhares de mortes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), somente a dengue acomete 50 milhões de pessoas no mundo anualmente, causando cerca de 24 mil mortes, e a malária, mais de 1 milhão de mortes por ano.
Além de serem vetores de doenças infecciosas, os insetos podem ser causa de desconforto por suas picadas, especialmente em crianças com hipersensibilidade. Picadas de algumas espécies de mosquitos podem causar irritação local, prurido, pápulas, vesículas, estrófulo, infecção secundária local, dor, desconforto e distúrbios do sono, entre outros.
Numerosos fatores influenciam na atração dos mosquitos pelo homem, notavelmente umidade, calor, dióxido de carbono e estrogênio. Uma outra substância atrativa é o ácido L-lático no suor.
Há séculos, a humanidade busca maneiras de prevenir as picadas de insetos por meio de práticas naturais e/ou artificiais, na tentativa de evitar algumas doenças e as reações incômodas da picada.
Os repelentes tópicos podem ser sintéticos ou naturais. Eles atuam formando uma camada de vapor com odor repulsivo aos insetos sobre a pele. As características ideais de um repelente seriam: repelir muitas espécies ao mesmo tempo, ser eficaz por pelo menos 8 horas, ser atóxico, ter pouco cheiro, ser resistente à abrasão e à água, cosmeticamente favorável e economicamente viável.
Um repelente não protege igualmente todos os seus usuários, devido os fatores que podem interferir na sua eficácia, como substâncias exaladas na pele, ingestão de álcool, vestimentas escuras, odor, clima quente, fragrâncias florais, sexo feminino e atividades físicas. Cada 10 graus Celsius a mais na temperatura pode reduzir o tempo de proteção do repelente em até 50%.
Há várias formas de apresentação dos produtos: aerossol, gel, loção e spray. As substâncias usadas como princípio ativo são DEET, Icaridina, IR3535 e os óleos naturais. Dependendo da concentração, da substância e das formas de apresentação, podemos ter tempo de ação variável e algumas restrições de uso. O dermatologista saberá recomendar a melhor opção de repelente disponível no mercado, adequando com as restrições de idade, gestação e eficácia para os seus pacientes.
Não esquecendo que os repelentes tópicos são contraindicados em menores de 6 meses e com certa restrição abaixo de 2 anos. Existem orientações de repelentes físicos e ambientais que podem ser dadas pelo dermatologista. Algumas dicas:
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Deixar as portas bem vedadas, janelas fechadas e com tela;
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Manter ambientes refrigerados com ar condicionado é uma forma eficaz de manter os mosquitos afastados do recinto;
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Usar mosquiteiros simples ou com aplicação de inseticidas (permetrina) são indicados na proteção noturna de adultos e crianças e na proteção diurna de lactentes jovens;
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Usar tendas tratadas com inseticidas;
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Os poros das telas de mosquiteiros/tendas não devem ser maiores que 1,5 mm;
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Usar vestimentas adequadas como camisas, calças, meias e outros;
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Preferir tecidos claros, devendo-se evitar cores muito chamativas;
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Muitos repelentes podem ser aplicados sobre roupas (DEET, icaridina), conferindo proteção prolongada e diminuindo o uso tópico das substâncias. Há, inclusive, tecidos especiais que já vêm embebidos com repelentes, sendo mais indicados para a prática de esportes radicais em matas;
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Existem velas e incensos naturais só têm ação quando aplicados por horas contínuas e iniciados bem antes da exposição da pessoa ao ambiente. O uso de vela de andiroba por tempo prolongado (48hs) em área com certa de 27 m2 previne até 100% das picadas;
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Aerossóis de inseticidas têm o objetivo de matar os insetos presentes no local e prevenir a invasão domiciliar. Possuem efeito curto e devem ser aplicados em recintos fechados (de 10 a 20 m2) pelo menos duas horas antes de dormir. Recomenda-se o uso de aerossóis juntamente com serpentinas ou telas;
- As serpentinas (elétricas ou não) são os inseticidas vaporizados mais conhecidos e, usualmente, contêm um piretroide como princípio ativo.
Para finalizar, orientamos ter o cuidado com os diversos dispositivos considerados ineficazes contra as picadas de insetos:
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Repelentes ultrassônicos;
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Dispositivos elétricos luminosos com luz azul: as luzes atraem os insetos , mas não evitam as picadas, visto que substâncias produzidas pelos indivíduos podem ser mais atrativos aos insetos do que a luz;
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Bandagens embebidas em repelentes (pulseiras com DEET,por exemplo) também não são indicadas, uma vez que a repelência se dá por vaporização do princípio ativo sobre a pele e, comprovadamente, só protege ate 4 cm2 da área aplicada.;
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Raquetes e outros instrumentos eletrocutores também não têm eficácia comprovada;
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Extratos de alho e vitamina B1 não repelem os insetos pelo odor exalado no suor.